Solitatis (Solidão)


Ouço a voz do vento
Que murmura lembranças
Vejo a neblina no monte
A ondulação do capinzal
Que acena amistoso
Voltei para casa?
Que casa?
Edificada de sonhos e saudades
Ou de arranha – céus
E modernidades
Envelheci talvez
Ou me tornei criança novamente
Ainda espero
O meu valhalla
Um dia uma valkiria
Voando entre os prédios
Em seu cavalo alado
Há de me oferecer o braço amigo
E na garupa divina
Eu alçarei vôo
Planarei sobre o céu de todo o mundo
Guerreira que sou do cotidiano
E das minhas inquietações
Somente assim entregarei
A minha alma
Talhada em minério
Moldada no fogo
Do asfalto quente
Que aquece meu coração
E que me acolheu
Então o vento
Calará seu murmúrio
Para sempre.


Dal

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