NILZA Cidades do interior possuem beleza, silêncio, tristezas e solidão. Foi em uma dessas que cresci, vendo o tempo se arrastar por minutos intermináveis e incontáveis dias. As ruas imutáveis, nas quais a modernidade não alcança as casas taciturnas, bucólicas e recatadas onde se escondem segredos em cada brasão imaginário de tradição interiorana. Os comércios de fachadas simples que sugerem muito trabalho e pouco recurso, são acessíveis a todos, da senhora do casarão na rua principal ao camponês de pés descalços. Nas pequenas cidades também existem os bairros mal vistos nos quais moram gente de baixa renda, de estirpe duvidosa e que reconhecem pertencer ao “seu lugar”, não compartilham os clubes, as festas e muito menos os hábitos dos moradores mais abastados que ocupam os bairros privilegiados. É uma “casa grande e senzala” intrínseca na vida das pessoas que levanta uma barreira assustadoramente real em um lugar tão pequeno em que todos se encontram nas poucas esquinas. Antes ...
Comentários
Sublime...voltarei + vezes.
Beijos!!!!