Platéia
Estou sempre em mim mais tempo do que eu gostaria
Procuro uma desculpa para não estar
Não que seja desagradável estar em mim
Mas minhas dores me espremem
Estou sempre tentando racionalizar sentimentos
E na balança sempre sobra desconforto
Estou sempre tentando me perder da minha não origem
Mas antes eu não era assim
Acreditava que o ferimento com um sopro sarava
Acreditava que era impossível não ser querida
Estou sempre tentando buscar aquilo que me foi negado
E compreender a negação.
Estou sempre de malas prontas como quem espera algo
E não parte
Porque acredita que alguém vai chegar
Eu. Platéia solitária de mim e de meus pequenos feitos
Retorno sempre para o banquinho frio dentro da minha alma
E não espero piedade, muito menos salvação.
Posto que não acredito em deuses.
E os ferimentos não saram,
gangrenam.
Dalva
Foto by Oswaldo de Abreu Filho
Comentários
Olha só...passa nesse blog e veja se vc quer participar...
http://ponderantes.blogspot.com/2009/09/professores-do-brasil-blogagem-coletiva.html
Saudades!
Beijo
Até breve...
"Estou sempre de malas prontas como quem espera algo
E não parte
Porque acredita que alguém vai chegar"
Acho que tive momentos na vida que realmente fiz isso. Amei o "Plateia"... já foi parte de mim! São palavras muito vivas. São tuas palavras!
Lindo!
Parabéns!
Simone